Quem não sonhava quando criança em ter uma varinha mágica para apontar, aparecer, desaparecer, transformar coisas e fazer fatos incríveis acontecerem?
Com certeza essa fantasia habita o imaginário das infâncias, pois é a fase mais criativa do ser humano, quando a criança pega um objeto qualquer e transforma em tantas outras coisas apenas usando a sua imaginação. Essa passa a ser a sua realidade e a sua verdade. Esse universo totalmente lúdico, brincalhão e ao mesmo tempo sério, é em essência a vida da criança. Portanto o mundo em que ela vive, é mágico por natureza.
Vamos crescendo, passando por várias fases, cada uma com suas peculiaridades e especificidades. Os sonhos e os desejos continuam habitando o nosso imaginário. São diversos... São muitos... São grandiosos... E especiais.
Ser um empresário bem sucedido, um profissional diferenciado, ou quem sabe um professor de sucesso.
Nesse caso, após ter cumprido a primeira etapa dessa preparação profissional que é a formação em determinada área do conhecimento, nos vemos dentro de uma sala de aula e sonhamos com alunos ávidos por ouvir os aprendizados que serão compartilhados.
Imaginamos estudantes participativos, produtivos, tecendo comentários do quanto gostam das aulas. Além de ver a turma empenhada, realizando as atividades, senti-los felizes e engajados nas propostas, é o que almejamos enquanto professores.
Outro sonho importante que mostra a direção para apontar a varinha mágica é sobre o reconhecimento da sociedade em relação à nobreza da profissão, esse, talvez seja o maior desejo de todos.
Queremos ser vistos como alguém capaz de transformar realidades, tanto individuais, quanto coletivas. Mudar a mentalidade de uma pequena comunidade, ou de uma nação e ter o mérito de nossa função respeitada por todos.
Seria muito bom, se uma varinha mágica conseguisse com apenas um toque potencializar esses desejos e esses sonhos.
Embora saibamos que não é tão simples, continuamos cheios de esperança. Conscientes que, como diz Paulo Freire, ter esperança não significa cruzar os braços e esperar.
A varinha mágica sozinha não faz a mágica acontecer. É preciso a habilidade do mágico, bem como seus conhecimentos e domínio sobre a arte para que o efeito aconteça. Nesse contexto, a mágica passa a ser real. O encanto se da diante dos olhos da plateia que fica surpreendida.
Assim é no dia a dia da educação. A mágica vai acontecendo lentamente, quando percebe, a aprendizagem se deu. Num abra cadabra, num passe de mágica que poderá levar um ano, ou vários anos, com dedicação dos mestres, as vezes até com sofrimento em suportar a pressão.
E quando a vontade de desistir aparecer, precisa persistir mais um pouco nessa magia da vida. Que é real, verdadeira, é uma nova etapa para o sujeito que constrói o conhecimento para toda a vida, é fascinante.
É aquele momento que o aluno descobre que está aprendendo. Que da o “start” e ele vibra: - Ah! Agora eu sei! Pronto, a varinha mágica funcionou. Nesse caso, às vezes até se perde a noção do tempo. Na verdade, durante o momento mágico o tempo perde sentidos e por instantes deixa de existir.
Quando estamos vivenciando o momento mágico, não nos preocupamos com o tempo. O que se quer é que ele não passe, para que essa sensação se perpetue.
E aqui cabe uma pergunta: O que você tem feito com a varinha mágica que Deus colocou de presente em suas mãos no dia de hoje?